Cabo que morreu engasgado com comida não queria participar de treinamento da PM, diz esposa
23/11/2024
Alan Roberto de Freitas Silva ficou 33 dias internado e morreu na quinta-feira (21). Suspeita é de que ele tenha sofrido rompimento no esôfago. Alan Roberto de Freitas Silva, de 35 anos, participava de um curso de treinamento da Força Tática em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Mulher de Alan Roberto de Freitas Silva, cabo da Polícia Militar que morreu após 33 dias internado em Ribeirão Preto (SP), Sarah Paschoarelli disse que o marido contava os dias para ir pra casa, em Franca (SP).
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Segundo ela, ele não queria participar do treinamento da Força Tática, mas foi forçado por superiores.
"Ele não queria ir, não estava a fim, mas insistiram, diziam que ele era o mais novo da Força Tática e não tinha a opção de não ir. Eu também não queria que ele fosse, falava 'você não consegue desistir?' Não sei falar porque eu não queria que ele fosse e ele também não me falou porque não queria ir".
Alan, de 35 anos, estava em treinamento quando engasgou durante uma refeição. Ele foi socorrido e encaminhado em estado grave para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, onde ficou internado por 33 dias e morreu na noite de quinta-feira (21).
O policial militar foi enterrado na tarde deste sábado (23), em Franca.
Alan Roberto de Freitas Silva, de 35 anos, participava de um curso de treinamento da Força Tática em Ribeirão Preto, SP
Redes sociais
O curso começou no dia 14 de outubro e o policial passou mal quatro dias depois. Segundo Sarah, os médicos disseram que o marido teve um rompimento no esôfago.
À EPTV, afiliada da TV Globo, a Polícia Militar informou, por meio de nota, que instaurou uma sindicância para apurar todas as circunstâncias da morte do policial e investiga se a causa é uma patologia pré-existente.
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Pai de Alan, Wellington Aires Silva nega que o policial tivesse qualquer doença.
"Colocaram no boletim de ocorrência que ele tinha uma doença que não tinha. Eu não sei quem fez esse B.O, mas é um covarde. Meu filho não é um número, meu filho amava a profissão. Eu estou muito chateado com isso, muito magoado e vou responsabilizar".
O caso foi registrado como morte suspeita - acidental no 6º DP de Ribeirão Preto.
Fome e mal-estar
Sara conta que quando ficou sabendo que o marido estava internado, foi até Ribeirão Preto. Ao chegar no hospital, ela conseguiu falar com o policial antes que ele fosse sedado.
"Quando consegui falar com ele, ele tinha tomado morfina pra dor. Ele falava 'não é nada, está tudo bem, daqui três dias a gente vai pra casa comer pizza'. Ele me disse que passou fome no curso e estava doido pra chegar em casa comer pizza".
Sarah Paschoarelli, Franca, SP
Lindomar Cailton/EPTV
Segundo Sarah, o marido se engasgou com um pedaço de frango.
"Eu não sei da história toda, não sei o que aconteceu no dia, mas ele falou que foi comer, tinham poucos minutos para comer e na primeira garfada, ele já sentiu que travou a comida, entalou. Já assustou, não chegou a ter falta de ar, mas pediu pra tomar suco, ir no alojamento para poder vomitar. Ele suava frio, comentou comigo que suava frio, foi ficando pálido".
Alan foi socorrido dentro do próprio batalhão onde acontecia o treinamento e encaminhado para uma unidade de pronto atendimento.
Por conta da gravidade do estado de saúde, precisou ser transferido para a unidade de emergência do Hospital das Clínicas.
Assista à reportagem do EPTV 2 na íntegra:
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